quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Pastoral Penitenciária quer prevenir criminalidade e contribuir para reintegrar antigos reclusos

A Pastoral Penitenciária esteve reunida nos dias 11 e 12 de Janeiro, em Fátima, tendo reflectido sobre o tema «Prisões – A Igreja Procura Respostas».

Durante o encontro, o presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, D. Carlos Azevedo, sublinhou que além da acção realizada nos estabelecimentos prisionais, a Igreja deve igualmente estar atenta à prevenção da criminalidade e à reinserção social dos antigos reclusos.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, o coordenador nacional da Pastoral Penitenciária, Pe. João Gonçalves, assinalou que o número e a violência dos crimes está a crescer, pelo que é necessário antecipar a delinquência através da sensibilização de crianças, jovens e pais.

A acção da Igreja deve passar também pela reintegração dos antigos prisioneiros: “É fundamental termos a consciência de que um recluso não se insere na sociedade só pelo facto de vir bem preparado da cadeia. Pode até sair da prisão com um curso superior, mas se cá fora não houver uma mentalidade de acolhimento ele fica ainda pior, no desespero”, observou o sacerdote da diocese de Aveiro.

D. Carlos Azevedo salientou a urgência de formar comissões da Pastoral Penitenciária em todas as dioceses ou grupos de dioceses. O capelão do Estabelecimento Prisional de Aveiro recordou a existência de um manual orientador para a formação e funcionamento destes Organismos.

A necessidade de constituir um voluntariado organizado e com pessoas qualificadas para trabalharem com os detidos – tarefa que o Pe. João Gonçalves classificou de “muito difícil” – foi outra das prioridades apontadas no encontro,

As novas disposições legais – que ainda precisam de ser esclarecidas – exigem que as pessoas que oferecem parte do seu tempo para acompanhar os reclusos sejam formadas e avaliadas por uma entidade reconhecida pelo Estado. Durante o encontro foi apresentada uma parceria com a Cáritas Portuguesa, que assegurará o enquadramento jurídico dos voluntários que não estão inseridos numa instituição credenciada.

A Cáritas vai também mediar o diálogo entre a Pastoral Penitenciária e a Direcção Nacional dos Serviços Prisionais no que se refere à coordenação do voluntariado católico nas prisões.

“Penso que os participantes saíram deste encontro verdadeiramente convictos do muito que há a fazer”, referiu o Pe. João Gonçalves.

De 11 a 15 de Novembro de 2010, Fátima acolherá o Congresso Europeu da Pastoral Penitenciária. O evento aprofundará temas relacionados com as áreas jurídica, social e teológica.

in http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=77178

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