sábado, 2 de fevereiro de 2013

Actualidade Religiosa: Vera Charitate*

Actualidade Religiosa: Vera Charitate*: Hoje o Papa publicou a sua mensagem de Quaresma para 2013 . Nela ele fala da problemática da caridade e da fidelidade à missão da Igreja...

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Encontro Nacional de Voluntários nas Prisões: PROGRAMA

Encontro Nacional de Voluntários nas Prisões: PROGRAMA: "SÁBADO, 20 de Novembro 9:30h – Recepção dos convidados 10:00h - Abertura dos trabalhos por José de Sousa Mendes – Pr..."

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

MARINHO PINTO CONSIDERA "Inadmissível" taxa de reclusão em S. Miguel

O bastonário da Ordem dos Advogados, António Marinho Pinto, considerou 6ª feira “inadmissível” a taxa de reclusão actualmente existente na ilha de S. Miguel, nos Açores, que comparou à registada nos países do Leste europeu.

“É inadmissível uma taxa de reclusão tão elevada. Não me parece que S. Miguel seja um paraíso de criminalidade para ter uma taxa tão alta”, afirmou Marinho Pinto, em declarações aos jornalistas em Ponta Delgada.

O bastonário, que falava no final de uma audiência com o presidente do governo regional, salientou que existem actualmente “mais de 400 cidadãos de S. Miguel a cumprir pena de prisão”.

A taxa de reclusão na União Europeia é de 81 por cada 100 mil habitantes, em Portugal é de 130 e em S. Miguel é de quase 400 por cada 100 mil habitantes.

“Apelo aos magistrados de S. Miguel para que reflictam sobre esta realidade”, afirmou Marinho Pinto, que também reafirmou a necessidade de avançar rapidamente a obra de construção na nova cadeia de Ponta Delgada.

Esta questão foi também referida pelo presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César, que admitiu ser uma das questões que “preocupa” o executivo.

“A data para o lançamento do concurso e o início da obra ainda não está estabelecida”, salientou Carlos César, recordando que já foi assinado o protocolo de cedência do terreno onde será construída a nova cadeia, com capacidade para 300 reclusos, num investimento de 25 milhões de euros.

Para o presidente do governo açoriano, deve ser dada “maior prioridade” a este investimento.

Apesar disso, Carlos César admitiu que estão em curso nos Açores avultados investimentos do Ministério da Justiça, como o da futura cidade judiciária (25 milhões) ou o da construção da nova cadeia de Angra do Heroísmo (15 milhões), que já foi adjudicada.

“Há uma recuperação do investimento do Ministério da Justiça nos Açores, que espero que tenha continuidade com a construção do novo Estabelecimento Prisional de Ponta Delgada”, afirmou.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Pastoral Penitenciária quer prevenir criminalidade e contribuir para reintegrar antigos reclusos

A Pastoral Penitenciária esteve reunida nos dias 11 e 12 de Janeiro, em Fátima, tendo reflectido sobre o tema «Prisões – A Igreja Procura Respostas».

Durante o encontro, o presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, D. Carlos Azevedo, sublinhou que além da acção realizada nos estabelecimentos prisionais, a Igreja deve igualmente estar atenta à prevenção da criminalidade e à reinserção social dos antigos reclusos.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, o coordenador nacional da Pastoral Penitenciária, Pe. João Gonçalves, assinalou que o número e a violência dos crimes está a crescer, pelo que é necessário antecipar a delinquência através da sensibilização de crianças, jovens e pais.

A acção da Igreja deve passar também pela reintegração dos antigos prisioneiros: “É fundamental termos a consciência de que um recluso não se insere na sociedade só pelo facto de vir bem preparado da cadeia. Pode até sair da prisão com um curso superior, mas se cá fora não houver uma mentalidade de acolhimento ele fica ainda pior, no desespero”, observou o sacerdote da diocese de Aveiro.

D. Carlos Azevedo salientou a urgência de formar comissões da Pastoral Penitenciária em todas as dioceses ou grupos de dioceses. O capelão do Estabelecimento Prisional de Aveiro recordou a existência de um manual orientador para a formação e funcionamento destes Organismos.

A necessidade de constituir um voluntariado organizado e com pessoas qualificadas para trabalharem com os detidos – tarefa que o Pe. João Gonçalves classificou de “muito difícil” – foi outra das prioridades apontadas no encontro,

As novas disposições legais – que ainda precisam de ser esclarecidas – exigem que as pessoas que oferecem parte do seu tempo para acompanhar os reclusos sejam formadas e avaliadas por uma entidade reconhecida pelo Estado. Durante o encontro foi apresentada uma parceria com a Cáritas Portuguesa, que assegurará o enquadramento jurídico dos voluntários que não estão inseridos numa instituição credenciada.

A Cáritas vai também mediar o diálogo entre a Pastoral Penitenciária e a Direcção Nacional dos Serviços Prisionais no que se refere à coordenação do voluntariado católico nas prisões.

“Penso que os participantes saíram deste encontro verdadeiramente convictos do muito que há a fazer”, referiu o Pe. João Gonçalves.

De 11 a 15 de Novembro de 2010, Fátima acolherá o Congresso Europeu da Pastoral Penitenciária. O evento aprofundará temas relacionados com as áreas jurídica, social e teológica.

in http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=77178

Capelães prisionais reunidos em Fátima

Para D. Carlos Azevedo, presidente da Pastoral Social da Conferência Episcopal, é urgente despertar a sensibilidade da Igreja e da sociedade para a realidade penitenciária, e fomentar a mudança cultural. “É preciso uma mudança cultural que termine com esta atitude reactiva, defensiva, que apenas requer controlo social, e punição severa dos delitos sem interrogar as causas.”

Nesse sentido o bispo auxiliar da diocese de Lisboa defende a criação em todas as dioceses do país de um departamento da pastoral penitenciária. “É preciso animar portanto cada diocese a estableecer e promover uma pastoral penitenciária, porque o sujeito da pastoral é sempre toda a comunidade eclesial, sob a condução do seu pastor. Não pode por isso ser apenas delegada para o capelão e os visitadores, deve implicar a comunidade nas suas diversas expressões.”

A proposta vai ser formalmente apresentada aos bispos portugueses na próxima assembleia plenária em Abril.

Missão atrás das grades

O padre João Gonçalves, coordenador nacional dos capelães prisionais, fala da missão da Igreja dentro das prisões mas também dos deveres do Estado perante os que estiveram presos, nomeadamente na necessidade de investir mais na reinserção.

”A nossa presença é sempre de criar esperanças nos reclusos e também de exercer alguma influência discreta e serena no sistema, para que o tempo de reclusão seja um tempo de reflexão, um tempo de reabilitação da própria pessoa tendo em vista a sua reintegração social. Percebemos que uma grande parte das pessoas que passam pelas nossas prisões é composta por pobres, que provêem já de situações sociais complicadas”, explica.

O dia-a-dia dos capelães prisionais é desconhecido da maioria das pessoas. O padre José Luís Adeganha é o capelão da cadeia de Tires. A sua missão é prestar assistência religiosa às reclusas mas, no seu dia-a-dia, acaba por funcionar como amigo, conselheiro e elo de ligação entre quem cumpre pena e quem aguarda cá fora.

Além da missa que celebra três vezes por semana, o capelão de Tires ocupa os seus dias a conversar com as mulheres que estão presas, tentando ajudá-las a preparar a sua saída.

Até agora ainda não celebrou nenhum casamento na cadeia, mas os baptizados são frequentes, tanto em crianças como em adultos.

“Devia haver muito mais investimentos, a nosso ver. Investimentos em pessoal e a nível financeiro, para que essas pessoas tenham uma primeira resposta que seja um abrigo, alojamento, alimentação, alguém que de repente e imediatamente os agarrasse no sentido de os ajudar, acolhendo-os para que possam ir fazendo a sua reinserção numa sociedade que lhes pertence.”

O sexto encontro nacional da pastoral penitenciária vai ainda debruçar-se sobre o novo projecto-lei que regula a assistência religiosa nas prisões, e sobre a parceria que foi celebrada com a Caritas portuguesa no âmbito do voluntariado nas prisões.

in http://www.rr.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=95&did=86722

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Prisões: a Igreja procura respostas

O VI Encontro Nacional de Pastoral Penitenciária será subordinado ao tema «Prisões – A Igreja Procura Respostas» e realizar-se-á nos dias 11 e 12 de Janeiro, em Fátima, Casa das Dores. Numa carta enviada aos capelães que trabalham nesta área, o coordenador nacional, Pe. João Gonçalves, sublinha que “há muitas coisas novas, quer no plano da Assistência Espiritual e Religiosa, quer no que respeita ao estatuto dos Colaboradores do Assistente, quer no campo do Voluntariado em Meio Prisional; precisamos, ainda, de informação mais aprofundada sobre a criação nas nossas Dioceses de um Departamento de Pastoral Penitenciária”.

Para além destes momentos de aprofundamento sobre a presença da Igreja no meio prisional, o Pe. João Gonçalves realça no documento que “queremos sugerir a todas as Dioceses do nosso País que criem um Departamento de Pastoral Penitenciária, integrado e dependendo da Pastoral Sócio-Caritativa da Diocese, que tenha em conta e desenvolva os sectores da Prevenção, da Prisão e da Reinserção, concretizados nas áreas Religiosa, Social e Jurídica”.

Com a divulgação do guião «Gestão do Voluntariado em Meio Prisional», pela D.G.S.P., “teremos de reformular os processos de apresentação do Voluntariado, que é preciso distinguir do grupo de Colaboradores (veja-se Decreto-lei 252/2009); teremos tempo suficiente para o diálogo sobre estas temáticas, e daremos a conhecer os pormenores da Parceria estabelecida com a Caritas Portuguesa”.

Programa
DIA 11:
9.30 - Acolhimento; Alojamento; Material
10.00 - Oração; Tema: “Pastoral Penitenciária – necessidade e urgência; Modelo de um Plano” – D. Carlos Azevedo, Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social.
Intervalo
12.00 – Diálogo sobre o Tema; partilha de experiências; o livro “Plano para um Modelo de Pastoral Penitenciária” (Paulinas Editora).
13.00 – Almoço
14.30 – Tema: “Pastoral Penitenciária – Experiência de uma Diocese” – Pe. Pedro Fernandez Alejo, Pároco, Pastoral Penitenciária – Sevilha, Coordenador de Andaluzia, Ceuta e Melilla.
Diálogo com o Proponente
Intervalo
17.00 – Tema: “Leitura do Decreto-Lei 252/2009: Possibilidades e Limites” – Dr. Ricardo Vara Cavaleiro, Jurista; Coordenação Nacional da Pastoral Penitenciária; Área Jurídica Europa.
Diálogo com o Proponente
19.00 – Eucaristia
20.00 - Jantar

DIA 12
9.00 – Oração. - Tema: “Voluntariado em Meio Prisional – Parceria com a Cáritas Portuguesa” – Dr. José Manuel Cordeiro, Cáritas Portuguesa; Pe. João Gonçalves, Capelão Coordenador Nacional.
Diálogo com os Proponentes
Intervalo
12.00 – Sessão de Encerramento: Esclarecimentos. Congresso Europeu em Fátima (2010). Congresso Mundial nos Camarões (2011). Compromissos.
Palavra Final: D. Carlos Azevedo. Oração
13.00 – Almoço. Fim dos Trabalhos

in http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?&id=76864

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Fé atrás das grades

Na prisão de Aveiro sobeja tempo para a revolta, arrependimento ou desespero. Mas as grades não aprisionam a fé que semanalmente é alimentada por um padre.
O padre João Gonçalves, coordenador nacional da Pastoral Penitenciária católica, calcorreia há mais de três décadas as salas do Estabelecimento Prisional Regional de Aveiro (EPRA). "Para muitos, em tempo de sofrimento, a fé pode ser uma tábua de salvação. As pessoas vão falar connosco à procura de paz e serenidade. Há quem faça, enquanto cumpre pena, uma caminhada interior e ganhe esperança de viver um futuro diferente", diz o capelão.
Também há quem não mude. O padre consente. Mas "nas cadeias, o que sobra é tempo e o tempo não é para matar, é para ser vivido e aproveitado", defende, sem querer condenar, aos olhos de Deus, aqueles a quem a justiça terrena já sentenciou e a sociedade marginalizou. Habituou-se a passar para 'o outro lado', a "ouvir histórias e desabafos, mais do que falar e dar conselhos".
"Nas cadeias há de tudo", diz, recusando-se a desistir da lutar pela reabilitação e reinserção dos reclusos. "A filosofia que está subjacente a uma boa parte do código penal é a punição e o castigo", mas o papel das cadeias não pode ser apenas esse, daí que "a Direcção-Geral de reinserção Social deva ser valorizada".
No parlatório, a sala polivalente do EPRA onde o padre e alguns voluntários realizam, à segunda-feira, a cerimónia de celebração da palavra (a eucaristia apenas é celebrada no Natal e Páscoa), o altar é improvisado com duas mesas de café, uma toalha e uma cruz. Aqui não há capela ou sala exclusiva para celebrações e cultos, qualquer que seja a religião.
Apesar disso, dispostos em semi-circulo, sete reclusos não despregam os olhos das mãos com que o sacerdote segura a bíblia e vão tentando acompanhar os cânticos. As conversas dos guardas ao fundo da sala e o barulho do tráfego que entra pelas barras da janela não perturbam. Durante escassos 20 minutos o ambiente torna-se solene e a voz do padre enche a sala.
Aníbal, 72 anos, é crente assíduo. Leva três meses de prisão preventiva. A custo revela o motivo: homicídio. Mas diz-se inocente. "Sou católico e ia todos os domingos à missa, aqui tento fazer o mesmo. É uma fé que não se explica. Peço a Deus que me ajude no julgamento".
Ao lado, Fernando, 50 anos, quase um ano no EPRA, a ser julgado por tentativa de homicídio, admite que a fé lhe trouxe algum consolo e acompanha regularmente a celebração da palavra. "O mundo desabou e até era para me matar, mas Deus 'botou-me' a mão. Sempre que posso venho assistir à celebração".
Já Miguel (nome fictício), assistiu pela primeira vez à cerimónia. "Falaram-me e eu vim ver como era. Lá fora não ia à missa, só quando estava na Casa do Gaiato e era miúdo. Não sei se volto, o que eu quero mesmo é sair", confessa, no fim da cerimónia, apressado. O tempo que resta, de uma pena de "20 dias por infracção rodoviária", conta passa-los a "jogar às cartas e a ver TV".
As cerimónias modificam não apenas os reclusos. Amélia Campos, doméstica de 54 anos, acompanha o sacerdote há mais de um ano, num serviço voluntário de que não se arrepende. "Quando me convidaram, fiquei com receio, hesitei", admite. Hoje, "gostaria de poder fazer mais. Aprendi que devemos olhar para os reclusos como pessoas e não simplesmente como criminosos, independentemente do que fizeram. Parece que eles pagam pelo crime aqui dentro mas depois a sociedade põe um rótulo para toda a vida", lamenta.